A todos os meus amigos desejo
um Natal Feliz e que o Novo Ano lhes permita
realizar tudo quanto desejarem.
Todos os anos acontece Dezembro.
E em Dezembro há Natal
E no Natal há lembranças,
Presentes gulosos,
Alegria a rodos,
Cintilante felicidade nos olhos das crianças
E nas gélidas borbulhas do vinho espumante.
Não falta calor
Em torno da lareira escaldante.
Não falta amor,
Esquece-se a dor
Em troca de um fugaz instante
De ditosa ventura.
Que importa aquele indigente
Debaixo de um alpendre.
Que importa aquele jovem
Ávido de mais uma parcela
Do maldito pó de que provém
A sua alucinação
Que importa a tristeza
De quem não tem um tecto,
Nem família,
Nem amigos,
Nem um afecto,
Vitimas da avareza
Da ganância,
Do egoísmo,
Do ostracismo
Em que nós os afundamos,
Se não pela acção,
Pela indiferença que adoptamos.
- Existe uma batalha que toda a gente tem que travar dentro de si. Essa batalha dentro de nós é entre dois lobos.
- Um é mau. É a cólera, a inveja, o ciúme, a amargura, o desgosto, o arrependimento, a cobiça, a arrogância, a lamentação, a culpa, o ressentimento, a inferioridade, a mentira, a vaidade, a soberba, o complexo de superioridade e o egoismo.
- O outro é bom. É a alegria, a paz, o amor, a esperança, a serenidade, a humildade, a bondade, a benevolência, a empatia, a generosidade, a verdade, a compaixão e a confiança.
Quem assim falava era o velho Chefe Índio, sentado numa magnífica pele de urso, aspirando pausadamente o fumo do antigo cachimbo. A ouvi-lo extasiado estava um jovem pele vermelha, seu neto, que aproveitou a pausa na narrativa para perguntar:
- Qual dos lobos vence?
O velho índio respondeu simplesmente:
- Aquele que alimentares.
Esta linda história que me chegou via e-mail, seria mais uma daquelas mensagens que normalmente deletamos sem prestar atenção. Mas, talvez por me encontrar imbuído do espírito natalício, aproveitei para preencher um certo vazio neste blog e convidar quem o visitar para, juntamente comigo, refletirmos sobre as lutas que se desenrolam no nosso interior e tentar identificar qual dos lobos nós alimentamos.
Pelo que me diz respeito, confesso que a luta entre as minhas feras ainda não terminou porque a alimentação que lhes lanço tem sido abocanhada ora por um, ora por outro.
Mas o que eu quero que vença é, sem dúvida, o lobo bom. E há-de vencer. Disso estou seguro.
Aproveito para desejar a todos os meus leitores um Feliz Natal e que o Novo Ano permita que realizem todos os desejos.
Do autor
Velhos conhecidos
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