Segunda-feira, 26 de Março de 2007

Fabulando - O Galo e a Raposa

Ouvia em pequeno esta fábula, encantado, do tempo em que os animais falavam. Como não havia televisão, nem internet, nem consolas de jogos, nem cafés, nem … , o tempo decorria de outro modo e conversar, contar contos, falar das coisas do dia a dia, era uma forma de estabelecer laços e divulgar cultura. Esta era uma jóia da sabedoria popular que se transmitia de geração em geração, exclusivamente pela via oral.

Então é assim:

Certo dia, estava um imponente galo empoleirado no alto de uma esguia cerejeira, todo vaidoso, a exibir os seus dotes de grande cantador, com que pretendia impressionar as galinhas das redondezas.

Pelas imediações vagueava a matreira raposa, à procura de almoço, e ao ouvir os estridentes sons do cantador logo pensou que a refeição estava próxima e tentou aproximar-se sorrateiramente para surpreender o emplumado galináceo.

Porém, quando viu que o seu alvo estava inacessível, tratou de urdir um estratagema para ver se ludibriava o tagarela.

Então, como quem não quer a coisa, a raposa pôs em marcha o seu astucioso plano.

– Bom dia amigo Galo, então, já sabe da novidade?

– Novidade? - Ripostou o Galo – Mas que novidade?

– Então – disse a Raposa – foi publicado um decreto real em que se determina para todos os animais serem amigos e conviverem em paz e harmonia.

– Ah! – exclamou o Galo – Não sabia… E já entrou em vigor?

– Já. - Respondeu a raposa – Desce cá para baixo que vamos passear e conversar como bons amigos…

– Pois… eu descia… mas estou a ver que vêm aí dois enormes mastins e parece que não trazem cara de bons amigos…

– Ah… pois é… e eu também estou cheia de pressa, vou indo… adeus…

E assim, o astuto canídeo se foi afastando “de fininho”, não fosse ficar com o casaco esburacado pelas poderosas dentuças dos seus parentes domésticos.

Publicado por Eira-Velha às 14:06
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Sábado, 24 de Março de 2007

O Corvo e a Raposa

Era unha vez un corvo que se achegou a unha ventá na que había un queixo pousado. Como tiña fame, colleuno e marchou con el.
Polo camiño viu unha árbore moi xeitosa e decidìu parar alí e comer o seu queixo. Nese intre chegou un raposo e dìxolle:
—Que plumaxe máis bonita tes! Canta, a ver como cantas!
O corvo, ó recibir tantas loubanzas do raposo, púxose a cantar. Non se deu conta do que ía facer, e por ser tan orgulloso caeulle o queixo e o astuto do raposo marchoulle con el.
Moralexa: Desconfía do que te alabe, porque a alabación sempre foi unha perdicción.

Uma versão, em galego, de um conto que eu ouvia de meu Pai. Só que o "paleio" da raposa para ludibriar o parvo do corvo era muito mais elaborado. Dizia a raposa:
—Mestre corvo repimpado, como estais guapo! Se o som da vossa voz corresponder à côr da vossa plumagem só vós sereis a fenix da nossa floresta...
De resto, o sentido e a lição que se pretende transmitir é o mesmo. O envaidecido corvo abriu as goelas e o resultado foi o que se viu.
Publicado por Eira-Velha às 09:37
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