Domingo, 20 de Janeiro de 2008
Uma mulher está na cama com o amante quando ouve o marido chegar e diz-lhe:
- Depressa, fica de pé e muito quieto ali no canto.
Rapidamente, ela cobriu o corpo do amante com óleo e pó-de-talco e disse.lhe:
- Finge que és uma estátua. Eu vi uma igualzinha na casa dos Almeida!
Pouco depois, o marido entra e pergunta:
- O que é isto?
E ela, fingindo naturalidade:
- Isto? Ah, é uma estátua. Os Almeida têm uma no quarto deles...Gostei tanto que comprei esta igual para nós.
E não se falou mais da estátua.
Às duas da madrugada, a mulher já estava a dormir e o marido ainda a ver televisão.
Ele levanta-se, caminha até à cozinha, prepara uma sanduíche, pega uma latinha de cerveja gelada e volta para o quarto.
Ali, dirige-se para a estátua e diz:
- Toma. Come e bebe alguma coisa, seu f.... da p...! Eu fiquei dois dias, que nem um idiota no quarto dos Almeida e nem um copo de água me deram.
Música: Isto das anedotas é só para encher...
Sábado, 19 de Janeiro de 2008
Uma dona de casa recebe um amante todos os dias em casa, enquanto o marido trabalha. Durante esse tempo ela mete o filho de 9 anos trancado no armário do quarto.
Certo dia o marido chega a casa e o amante ainda lá estáEntão ela tranca o amante no armário onde estava o filho.Ficaram lá um bocado, até que o miúdo diz:
- Tá escuro aqui...
- Tá...
- Eu tenho uma bola de ténis para vender...
- Que giro! - Queres comprar?
- Não!
- Se calhar, devia chamar o meu pai...
- Quanto é que queres pela bola? - 50 euros.
- Toma.
Uma semana depois, o marido torna a chegar cedo. O amante está em casa. O miúdo está no armário. O amante vai para o armário. Eles lá ficam em silêncio até que o miúdo diz:
- Tá escuro aqui...
- É, está.
- Eu tenho aqui uma raquete de ténis para vender por 100 euros.
- Que bom.
- Queres comprar?
- 100 euros??? É muito cara!!
- Se calhar, devia chamar o meu pai...
- Não, não... Eu compro, eu compro!!!
- Aqui está.
Outra semana depois, o marido torna a chegar cedo. O amante está em casa. O miúdo está no armário. O amante vai para o armário. Eles lá ficam em silêncio até que o miúdo diz:
- Tá escuro aqui...
- É, está
- Eu tenho aqui umas sapatilhas da Nike para vender por 150euros...
- Que bom para ti.
- Queres comprar?
- 150 euros??? Tás doido?!!
- Se calhar, devia chamar o meu pai...
- Eu compro, EU COMPRO!!!
No fim-de-semana, o pai chama o filho:
- Pega na bola e na raquete e vamos jogar.
- Não posso. Vendi tudo.
- Vendeste? Por quanto?
- 300 euros.
- Não podes enganar os teus amigos assim. Vou levar-te agora ao padre para te confessares.
Chegando à igreja, o miúdo entra pela portinha, ajoelha-se e fecha a portinha. Abre-se uma janelinha e aparece o padre.
- Meu filho, não temas a Deus, diz e Ele perdoar-te-á. Qual é o teu pecado?
- Tá escuro aqui, não tá?
- Daaa-sssse...!!!! Não vais começar com essa conversa outra vez, pois não???
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Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2008
Contam que certa raposa,
Andando muito esfaimada,
Viu roxos, maduros cachos
Pendentes de alta latada.
De bom grado os trincaria,
Mas sem lhes poder chegar,
Disse: «Estão verdes, não prestam,
Só os cães os podem tragar!»
Eis cai uma parra, quando
Prosseguia seu caminho,
E, crendo que era algum bago,
Volta depressa o focinho.
Havia na minha aldeia outra versão, que não era mais do que a fábula de LaFontaine adaptada ao meio, como outras que já por aí esparramei.
A nossa versão era mais ou menos assim:
Andava a raposa esfaimada à procura de alimentos, que na época eram escassos, quando se deparou com um jumento que pastava pachorrentamente pela encosta da Batalheira.
Observando o animal, verificou que tinha dois testículos numa bolsa enorme, pendurada entre as pernas traseiras, que davam para a ladina matar a larica várias vezes. Reparou também que aquela bolsa abanava como um pêndulo conforme o quadrúpede se deslocava e que estava presa por uma pele aparentemente frágil, o que lhe alimentou a expectativa de que caíssem ao chão...
Assim, limitou-se a seguir o animal para apanhar os colhões do burro logo que o saco se desprendesse do abdómen. Só que o tempo decorria e nada. Já exausta e desanimada, a raposa virou costas e exclamou com desdém:
- Bah... são negros, não prestam...
Sinto-me: Um Boccage
Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2008
Bicho matreiro, a raposa está omnipresente em muitas fábulas e lendas personificando a astúcia, a manha e as artimanhas, de tal modo que é costume dizer-se "a raposa tem sete manhas..." e não digo o resto para não ferir susceptibilidades.
Pois esta lenda é verdadeira e tem graça que, quando a ouvia contada por meu Pai, embevecido, construía mentalmente o cenário em locais bem conhecidos: Uma casa isolada, no Vale da Aveleira, onde moravam dois anciãos, irmãos, que não eram assim tão velhos mas, aos meus pequenitos olhos, as pessoas adultas daquela terra ostentavam uma precoce velhice que não correspondia de modo algum à idade que detinham, e uma poça, represa feita de terra e pedras, no sítio do Castanheiro do Caminho, onde no verão, durante a noite, se represava a água que no dia seguinte iria refrescar as culturas de milho.
Aconteceu este episódio no tempo em que os animais falavam e estabeleciam parcerias para fazer face ás agruras da vida.
Então, numa dessas parcerias formada pela raposa e pelo lobo, ambos decidem assaltar a casa dos dois irmãos, enquanto os seus moradores estavam a dormir descansados e roubaram uma magnífica bola de unto. Pelo caminho, de regresso às respectivas tocas, iam-se revezando no transporte do espólio que tinham roubado mas a raposa ia pensando na forma de enganar o lobo para ficar sozinha com o produto do roubo.
Ao passarem junto da poça cheia de água a raposa viu uma bola sob a água da poça, que se assemelhava à bola de unto que então transportava e mais não era do que a lua reflectida na límpida água do charco, cuja imagem lhe deu a ideia de que precisava para ludibriar o palerma do lobo.
Rapidamente escondeu o unto numa moita de carqueja e disse para o lobo: Oh! o unto caíu à água, e agora? - Hum... agora vai ser difícil tirá-lo... está muito fundo... Ah... mas não é impossível, ripostou a raposa, vamos beber toda a água do charco até o podermos sacar... E começou a beber. De repente, aproveitando a distracção do lobo que continuava a beber como um desalmado, salpicou as orelhas com água e disse para o lobo: Ai... já bebi tanto que já me sai a água pelas orelhas... O palerma do lobo continuou sofregamente a beber, a beber, a beber até que o bandulho explodiu e ali ficou com a língua de fora e os olhos esbugalhados.
E a ladina da raposa foi pegar novamente o precioso unto e levou-o para o seu covil, lá para as bandas da fraga...
PS: A bola de unto era feita com o revestimento da cavidade abdominal dos porcos e, depois de devidamente acondicionado e salgado formava uma bola de gordura que se utilizava para dar sustância ao caldo, aos grelos ou uma simples água de unto, uma espécie de sopa muito utilizada no Inverno para aquecer o estômago. O queijo, utilizado também para ilustrar esta fábula, era desconhecido por aquelas bandas...
Sinto-me: rejuvenescido :)
Terça-feira, 8 de Janeiro de 2008
O Nelo de Tibo
Todos os dias 13 e 29 de cada mês lá ia ele para a feira de Riba de Mouro, onde toda a gente aparecia para vender, comprar, ver e ser visto.
Era uma feira importante para a parca economia local e o Nelo de Tibo lá ia com os vitelos que engordava e vendia, pequenos animais rebeldes que nas mãos dele mais pareciam cordeiritos, sem se saber com que artes mágicas os dominava.
Acompanhava-o sempre a Arminda, a sua fiel companheira, alguns passos atrás, baixinha, subserviente e sempre a encobrir os maus tratos que recebia (dizia sempre que eram fruto de uma queda nas escadas ou na cozinha), visíveis nos frequentes hematomas que exibia e braços que um negro lenço de merino, usado para cobrir a cabeça, segurava encostado ao peito.
Era natural de Tibo, de onde lhe vinha o nome por que era conhecido e habitava uma casa minúscula no sítio do Regueiro. Constava que andara emigrado lá pelos Estados Unidos, enviuvou e voltou a casar em Cavenca onde se radicou por alguns anos.
Era um negociante hábil e um conversador afável.
Dizia-se que era frequente oferecer rebuçados às jovens ainda sem as típicas marcas da puberdade mas nunca se falou de abusos como agora é usual falar-se. Também nunca teve problemas por causa disso porque naquele tempo "não existia" pedofilia nem coisas assim...
Nos últimos anos de existência voltaria para Tibo, sempre acompanhado da fiel companheira que, certamente, o seguiu, subserviente, uns passos atrás...
Sábado, 5 de Janeiro de 2008
Amanhã é dia de reis, data em que na vizinha Espanha se distribuem os presentes natalícios.
No meu tempo era costume reunirem-se grupos de cantadores que percorriam as diversas aldeias a cantar e a pedir os reis, isto é, algo que servisse para sustento da casa. Era mais por necessidade do que por tradição, embora este fosse o principal argumento. As canções entoadas de porta em porta quase sempre louvavam os donos da casa, uma forma de "engraxar" como soi dizer-se e os contributos recebidos eram, invariavelmente, uma peça de fumeiro ou um naco de toucinho.
Recordo especialmente o ano em que fazendo parte de um grupo de rapazes, poucos, que quantos mais fossemos maior era a divisão, decidimos ir "pedir os reis" e numa casa cuja dona tinha fama de praticar bruxarias recebemos uma chouriça que no final ninguém quis. Além da proveniência tinha um aspecto que não deixava dúvidas, fora feita de propósito para aquela ocasião. Era apenas a tripa seca ao longo da qual se pressentiam dispersos dois ou três pedacitos de carne...
A verdade é que um dos meus irmão ficou com a malfadada chouriça e em casa meteu-a num pote com água a ferver. Quando a retirou supostamente cozida ainda tentou ferrar-lhe o dente mas não conseguiu, tal era o nauseabundo cheiro que exalava.
Claro que o cão comeu-a deliciado e não lhe fez mal algum :)